Menopausa: não é uma doença mas uma etapa natural da vida da mulher
A menopausa não é uma doença mas uma etapa natural da vida da mulher, que produz alterações físicas e psicológicas. Que mudanças são essas, que impacto têm na sua vida e qual a melhor forma de lidar com elas? O ginecologista Manuel Neves-e-Castro, da Clínica de Feminologia Holística, responde a estas e outras questões e esclarece os mitos associados a esta fase da vida da mulher.
A menopausa é a data da última menstruação espontânea durante o climatério, isto é, um período que se inicia com as alterações da função dos ovários e termina quando os ovários deixam de funcionar, não segregando hormonas nem libertando óvulos. Tal como a menarca é a data da primeira menstruação durante a puberdade, o climatério é o fim da capacidade reprodutiva da mulher. Por isso, o ginecologista defende que “não se deveria dizer que uma mulher está na menopausa, mas sim na pós-menopausa ou no climatério”.
É entre os 48 e os 52 anos que a maioria das mulheres entra na menopausa. Por vezes pode ser precoce e noutros casos tardia, sem que isso seja devido a doença. Mas como pode a mulher saber que chegou a esta fase da sua vida? Existem alguns sintomas associados à menopausa, que podem ser sinais de alerta. Os mais típicos são a ausência de menstruações, os calores súbitos (afrontamentos), os suores noturnos, irritabilidade/humor depressivo, redução da líbido, secura vaginal e desconforto durante as relações sexuais.
Perante esses sintomas, é possível manter uma vida cómoda e normal. O especialista refere que “é essencial conhecer o que se passa no climatério e que esta fase da vida não é uma doença”. Acrescenta ainda que “uma vida saudável é importantíssima”, e que é aconselhável seguir uma dieta mediterrânica, fazer exercício físico regular e promover uma boa Saúde mental. “Isto representa o que se designa hoje por Medicina da Qualidade de Vida, que evita a maior parte das doenças”.
Há tratamentos hormonais que ajudam a combater os sintomas associados à menopausa. Este tipo de terapias na menopausa é ainda controverso na comunidade médica, mas para Manuel Neves-e-Castro “as hormonas sexuais, o estradiol e a progesterona, são muito eficazes para aliviar aqueles sintomas que interferem negativamente com a qualidade de vida”. E reforça: “a única indicação destes tratamentos é a melhoria da qualidade de vida”.
O especialista refere que é sabido que “os tratamentos hormonais trazem benefícios a nível cardiovascular, ósseo e no sistema nervoso central”. Há várias vias de administração – oral, transdérmica, subcutânea e intravaginal – e esquemas combinados, que não provocam sangramentos uterinos, ou sequenciais, que provocam mensalmente um sangramento uterino, semelhante a uma menstruação.
Dúvidas e mitos mais frequentes
O ginecologista enumera as dúvidas mais frequentes das mulheres que passam pelo seu consultório. O cancro da mama é o maior receio das mulheres quando são chamadas a decidir por um tratamento hormonal. “Lamentavelmente ignoram que as doenças cardiovasculares matam 10 vezes mais mulheres do que o cancro da mama”, defende o especialista. Por isso, “a prevenção dessas doenças, que é possível, deve ser a principal preocupação. O cancro cura-se enquanto um enfarte do miocárdio não tem cura”, acrescenta. Por outro lado, as mulheres pensam serem mais seguros os extratos de plantas (fitoestrogénios), o que Manuel Neves-e-Castro diz ser falso. “Se houver contraindicações para o uso de tratamentos hormonais, há muitas formas de ajudar uma mulher que sofra com os referidos sintomas”.
O impacto da menopausa na sexualidade é outra das preocupações das mulheres. A redução da secreção de estrogénios afecta muitos órgãos e tecidos, como o cérebro, a vagina e as mamas, o que por si só pode reduzir a líbido. Porém, o ginecologista crê “que os fatores culturais, sociais e psíquicos são de grande importância”.
E quais os maiores mitos associados à menopausa? O especialista esclarece que, ao contrário do que a maioria das mulheres pensa, não vai perder a sua feminidade e atrativos sexuais, envelhecer ou aumentar de peso devido a esta fase da sua vida. Outro mito é o facto de a maioria das pessoas achar que os tratamentos hormonais são perigosos, o que não tem fundamento, desde que sejam prescritos por um profissional qualificado e com o acompanhamento adequado.
Para mais informações sobre este tema, consulte a página oficial do ginecologista Manuel Neves-e Castro.
Fonte: www.vitalhealth.pt